28/05/2014

O Juramento - Capítulo Oito


Só queria beijá-lo. Ali e agora. "



Mas antes que eu o beija-se, ele interrompeu.
- Você não sabe o quanto eu quero isso - Disse - , mas ainda está um pouco bêbada e pode se arrepender amanhã.
Foi como um balde de água fria. Na mesma hora me afastei. Mas eu o entendia. Ele estava fazendo o melhor para mim. E realmente eu poderia me arrepender amanhã. Não sei como essa vontade surgiu, mas já passou. 
Depois disso, ele se levantou e perguntou se eu precisava de mais alguma coisa, neguei e ele me deixou dormir.


Acordei e tomei uma banho. Na noite passada dormi profundamente. E tudo o que precisava era de um banho, para tirar o cheiro de cerveja de mim. Sai do banho e me vesti. Quando cheguei ao corredor Harry estava lá. Dei alguns passos e minha cabeça girou. Me apoiei na parede para não cair. Quando percebi Harry estava me segurando pelos ombros, com um olhar preocupado.
- Você está bem ? - Perguntou
- Estou. - Se ele lembrou do momento vergonhoso na noite anterior não demonstrou. Farei o mesmo.
Desci para a cozinha e Chelsea estava comendo cereais, debruçada sobre o balcão. Peguei um pouco de cereais e remédios para dor de cabeça, que ainda estava latejando.
- Você está muito brava comigo, por não ter te trazido ontem ? - Perguntou. Sua cara estava me dando pena. Não consigo ficar brava com ela.
- Não. Entendo que você tirou a noite para ficar com Jake. E a culpa é minha, não devia ter bebido tanto. Só não entendo por que a festa tinha que ser na semana, agora eu tenho que ir para a escola de ressaca.
- Eles aproveitaram que os pais foram viajar. E por mais que fosse no meio da semana, ninguém deixaria de ir na festa dos Mason.
- Agora eu vou deixar.
- E como pedido de desculpas, enquanto estiver em Londres vou frequentar a escola com você.
- Não é por que seus pais mandaram ?
- Não. 
- Mentirosa.
- Mas eu iria do mesmo jeito.
Depois de comer e tomar o remédio. Eu e Chelsea fomos para a escola. 


 No sinal para o almoço, eu e Chelsea deixamos os livros no armário. Enquanto passávamos pelo corredor, vimos Harry cercado de líderes de torcida. Senti a raiva tomando conta de mim. Cerrei os punhos tentando ficar calma, e senti minhas unhas perfurando a pele. Ciúmes ? Jura ? Eu só poderia sentir ciúmes se eu estivesse ... gostando dele. Não pode ser verdade.
 Identifiquei Courtney. Uma loira, alta com apliques no cabelo, Ella, outra loira  com mechas rosas, um pouco mais baixa, com olhos cor de mel. E por último a mais desagradável de todas, Tracy. Ela é alta, cabelos cor de mel, olhos castanhos, magérrima e a última pessoa com quem faria amizade. Tracy era a que mais estava se oferecendo para Harry, rindo e colocando a mão no peito dele. 
Quando finalmente chegamos ao refeitório, pegamos nossa mesa. Peguei meu almoço, deixando Chelsea na mesa.
- Você não vai comer ? - Perguntei a ela, assim que me sentei.
- Você se importaria de começar a comer sozinha ? Preciso resolver uns problemas, mas é coisa rápida. - Ela me parecia desanimada.
- Não, pode ir, eu espero.
Me acomodei na cadeira e senti um ar gelado na nuca. Me virei e lá estava Matthew, debruçado sobre o encosto da minha cadeira.
- Sentiu minha falta ? - Perguntou, abrindo um sorriso.
Ele se sentou na cadeira ao meu lado.
- Você não veio para a aula de Biologia, estranhei.
- Fiquei na diretoria. - E deu um sorriso perverso, de quem aprontou alguma coisa.
- Alguma malcriação ?
- Não da minha parte. 
Franzi o cenho. O que ele queria dizer com aquilo ? Acho que eu não gostaria de saber.
- Então - Disse, tentando mudar mudar de assunto - , como alguém assim tão jovem já é rei ?
- Meus pais morreram jovens.
- Como morreram ?
- Você não quer saber. - Sua voz adquiriu um tom de ameaça.
- E você também é o rei dos vampiros ?
- Não mais.
- O que quer dizer ?
- Bem, somente o seu reino e o do Harry comandam os vampiros. O meu já chegou a comandar, mas agora não faz mais parte dos Grandes.
- Grandes ? O que é isso ?
- Os Petrova e os Edward formam os Os Dois Grandes. Quando o meu reino fazia parte éramos Os Três Grandes. Os Dois Grandes comandam os vampiros do mundo inteiro, juntos. 
- E por que você não faz mais parte ?
- Meu reino entrou em falência, meus pais morreram cedo e tive que assumir as pressas, sem uma rainha, o que não é boa coisa. E outros motivos que você não precisa saber.
- Mas você continua sendo um rei.
- Mas um rei falido. Ainda tenho meu castelo e alguns vampiros fiéis que moram lá.
- Sendo um vampiro, como pode andar ao sol ?
- Parece que tudo o que você sabe sobre vampiros aprendeu em filmes e livros. Isso é vida real ! Vampiros podem andar a luz do dia. Seria muito chato andar só a noite.
- Espelhos, você vê seu reflexo ?
- Vejo.
- Água benta ?
Ele riu e continuou:
- Você parece uma criança.
- Uma criança cheia de perguntas.
- Água benta não faz nenhum mal para vampiros.
- Sangue ? Você bebe de humanos ?
- Bebo. - Na mesma hora senti um tremor. - Não se preocupe, aqui eu não bebo.
- Como se alimenta aqui ?
- Bolsas se sangue. Me enviam da Romênia.
- Já sei que você pode andar a luz do sol, água benta não te faz mal, pode ver seu reflexo no espelho. Agora, quais são suas habilidades ? Você é mesmo mito rápido e forte ?
- Te mostro um dia desses. - Via malícia em seus olhos.
- Problemas resolvidos. - Chelsea estava ao lado da mesa, radiante. Com mais energia. Ela se sentou ao meu lado e logo em seguida Harry apareceu.
- O que eu perdi ? - Disse Harry, se sentando.
- Conversou muito com as líderes de torcida ? - Acusei. Não ia perder a chance de mandar uma indireta.
- E você conversou muito com Matthew ? - Ele disse, contornando a conversa para mim. Ele também não podia perder a chance de mandar indiretas. 
- Tirei algumas dúvidas.
Matthew chegou mais perto de mim e disse :
- Então, por que eu não passo na sua casa de tarde e trabalhamos naquele resumo ? Aproveito e mostro minhas habilidades também. - Percebi que Harry cerrava os punhos sobre a mesa e nos fuzilava com o olhar.
- Pode ser.

Logo que o sinal bateu, peguei meu carro e Chelsea e fomos direto para casa.  
Quando chegamos, ela pegou suas coisas e foi para o quarto bufando, porque tinha um trabalho para a escola. 


Joguei minhas coisas no sofá e pedi comida chinesa. Não sou boa na cozinha e quando tinha a Margareth era bem melhor. Preciso de uma cozinheira ou terei que viver de lanches prontos, comida chinesa e pizza. 
Harry ainda não tinha chegado em casa. Ele não tem uma rotina. 
Assim que a comida chegou, levei tudo lá para cima e fui tomar um banho. Coloquei uma calça e uma regata branca. 
Logo que terminei de comer a campainha tocou. Era Matthew. 
Convidei-o para entrar. Ele entrou e colocou a mochila no sofá e me seguiu até a cozinha.
- Quer cozinha chinesa ? - Ofereço, enquanto a pego na geladeira.
- Claro.


 Assim que ele terminou de comer, peguei seu prato e o coloquei na pia. Até que sinto sua respiração na minha nuca. Me viro e ele está bem atrás de mim, me encarando com olhos devoradores. Tento sair de seu alcance, me desviando até o balcão e pegando o caderno com lições. Ele veio até mim e desta vez me prensou contra o balcão, colocando as mãos no mesmo, uma de cada lado do meu corpo.

- Já disse o quanto gostei de você ter me convidado ? - Perguntou, enquanto me fitava.
- Por que ? - Digo, já meio sem ar.
Ele se inclina mais e diz no meu ouvido :
- É bom passar um tempo sozinho com você.
Não posso deixar de estremecer quando sinto sua boca roçando na minha bochecha. Coloco a mão em seu peito e o afasto. Ele está com um sorriso no rosto, como se gostasse de me ver assim, com a respiração descontrolada.
- Então, vamos fazer esse resumo.
Subimos para o quarto e nos jogamos na cama.
Comecei a ler o capítulo, e senti que seus olhos me estudavam enquanto lia. Até que desviei do assunto, tomada pela minha curiosidade.
- Quantas pessoas você já mordeu ?
Ele não pareceu surpreso com a pergunta, e sim satisfeito por eu ter perguntado.
- Nós não transformamos sem um motivo. Que seja tédio, diversão, ou vingança... Ok, por vingança, sim. - Disse, com um sorriso.
- Eu não vejo a transformação como vingança. Para falar a verdade, não acho que seja uma coisa ruim. Quem te transformou ?
- Faz muito tempo. Foi uma mulher.
- Você já a conhecia ?
- Enquanto era humano, eu ficava com ela. Sabia que era vampira, mas ela prometeu nunca me transformar se eu não quisesse. E eu não queria. Ainda não sabia que meus pais teriam que me transformar quando chegasse a hora certa. Até que um dia ela me transformou e eu fiquei com muita raiva.
- O que você fez depois de ser transformado ?
- Descobri que ela não me transformou por amor, e sim, por tédio de estar a tanto tempo comigo. Como disse, fiquei com muita raiva e a matei. - Senti todos os pelos do meu corpo se eriçarem, mas não demonstrei.
- Como você conseguiu matá-la se ela era mais velha e mais forte ?
- Minha raiva ajudou.
- E depois disso, você mordeu muitas pessoas ? - Hesitei um pouco mas fiz a pergunta, de novo.
Ele sorriu e retrucou :
- Você não desiste fácil né ?
- É só me responder.
- No começo foram algumas. Vendo isso hoje, já não sei mais. Algumas foram por que não consegui me segurar, outras por desejo. - Seus olhos transbordavam luxúria. Então, tentei desviar de assunto.
- Quer terminar o resumo ?
- Não. 
 Ele jogou o caderno que estava no seu colo para o lado e veio até mim.
Pegou o meu caderno e o jogou no chão. Me pegou pelo braço e me deitou na cama, ficando por cima. 
- Teria coragem de me morder ? - Podia ver meu peito subindo e descendo com a respiração descontrolada.
Ele abriu a boca para falar, mas a fechou. Por fim disse :
- Acho que teria.
Vi nos seus olhos que ele não queria fazer aquilo no momento. Já sabia o que estava em mente, mas precisava ouvir dele.
- O que você quer fazer comigo ?
- Quero fazer muitas coisas com você, mas não mordê-la. Não agora.
Ele afrouxou mais sua mão no meu braço, e a deslizou até minha cintura. Sua boca se aproximava da minha. Eu não conseguia protestar ou simplesmente sair dali. Não sabia o que estava acontecendo comigo. Seus lábios estavam a centímetros do meu. Desceu até meu maxilar, distribuindo beijos. E chegou ao meu pescoço, deixando uma trilha de chupões e beijos. Até que senti duas pontas afiadas na minha pele. Suas presas. 



3 comentários:

Leia as regras:
Os comentários serão lidos e respondidos.
Não desrespeite as autoras do blog.
Aceito qualquer blog para colocar como afiliado.
Aceito selinhos
Críticas construtivas são bem-vindas.
Comentários ofensivos serão apagados.
Deixe o link do seu blog para que eu possa visitar.
Não peça para ser afiliada em alguma postagem, já tem uma página.
para isso!
Dúvidas, perguntas ou pedidos pelo twitter.